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100 Histórias para Partilhar

Este blog pretende ser um espaço de partilha da prática pedagógica de uma educadora de infância. Todos os textos ,fotos e videos estão sujeitos ao RGPD.

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Dom | 16.10.22

Inventários, para que vos quero?

Tenho como um dos  principais propósitos do meu trabalho  capacitar as crianças de ferramentas para desenvolverem o seu trabalho de forma autónoma, por isso no inicio do ano vamos descobrindo o que podemos fazer em cada área da sala e o que temos para o realizar.

Nascem assim os inventários .É um trabalho moroso, que é para ser feito com calma e à medida que as crianças vão descobrindo o que temos na sala. Por vezes fazemos os inventários já depois de termos estado muitas vezes em cada  área mas descobrimos que não avançamos no tipo de trabalhos que fazemos. 

 

Zabalza (1998) diz-nos que: Seja qual for a organização da sala (...) será preciso que os espaços estejam dispostos em função das necessidades das crianças, tornando possível, junto à sua actividade autónoma, a acção compartilhada em grupo. De qualquer forma, o professor deve ter consciência de que uma determinada estrutura da sala, favorece determinadas actividades. (p.262) .Normalmente os inventários são compostos por duas colunas diferentes: uma com a listagem dos materiais que existem nas áreas e outra com o que podemos fazer. estas listagens não são os educadores que as fazem, pois isso não constituiria nenhuma vantagem para as crianças, mas são realizados pelas mesmas, razão pela qual os inventários são um documento aberto. 

(...).Cuidadosamente e organizadamente disposto, acrescenta uma dimensão significativa à experiência educativa (...) facilitando as actividades de aprendizagem, promovendo a própria orientação, apoiando e fortalecendo, o desejo de aprender. (Zabalza,p. 237). Poderão perguntar, porque é que dedicamos tanto tempo à organização do cenário pedagógico? Porque este cuidado com que o fazemos permite às crianças irem construindo uma comunidade de aprendizagem pela participação, isto é aproximando-se sucessivamente para a sua total gestão. Este caminho faz-se se os passos forem dados com cuidado, tempo diálogo, apropriação, comunicação . 

(…) a pedagogia da participação centra-se nos atores que constroem o conhecimento para que participem progressivamente, através do processo educativo, (…) a participação implica a escuta, o diálogo e a negociação, o que representa um importante elemento de complexidade deste modo pedagógico. ( Formosinho,p.21)

É o que estamos a fazer neste momento, descobrindo o que podemos fazer na área da escrita, no laboratório da matemática.... 

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A pares experimentamos o material que utilizámos, fazemos descobertas e depois comunicamos aos colegas o que descobrimos, como fizemos essa representação...

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Não queremos que as crianças aprendam os números, ou fazer contas ou que façam exercícios repetitivos sem sentido. 

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Descobrir e comunicar são as  palavras chave....

O objetivo é iniciar as crianças na literacia matemática, isto é, para que serve, o que podemos aprender, como podemos fazê-los com os nossos pares, cooperando... 

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Este caminho que traçamos permite-nos construir um caminho diferente todos os anos, pois cada grupo faz a sua caminhada com diferentes níveis de implicação e de cooperação. O objetivo é sempre o mesmo : implicar o grupo na construção do caminho da sua aprendizagem.

Manuela Guedes