Inventários
Tenho como um dos principais propósitos do meu trabalho capacitar as crianças de ferramentas para desenvolverem o seu trabalho de forma autónoma, por isso no inicio do ano vamos descobrindo o que podemos fazer em cada área da sala e o que temos para o realizar.
Bairrão (1994, p.42) que “a determinação significativa daquilo que uma criança pode realizar, só ganha verdadeiro sentido se for conhecido o contexto onde está inserida” Neste contexto é fundamental para a construção da autonomia das crianças e sua capacitação no caminho da sua aprendizagem que a sala seja por elas conhecida e compreendida. Os Inventários: são pequenas listagens escritas, construídas em conjunto, dos materiais e atividades que as várias áreas de trabalho podem proporcionar. De forma a permitir uma leitura fácil pelas crianças, esta listagem é ilustrada por elas, que utilizam estes inventários para “recordar e ver as diferentes possibilidades de atividades nessa área” (Folque; 2012: 55).
Nascem assim os inventários .É um trabalho moroso, que é para ser feito com calma e à medida que as crianças vão descobrindo o que temos na sala. Por vezes fazemos os inventários já depois de termos estado muitas vezes em cada área mas descobrimos que não avançamos no tipo de trabalhos que fazemos.
Zabalza (1998) diz-nos que: Seja qual for a organização da sala (...) será preciso que os espaços estejam dispostos em função das necessidades das crianças, tornando possível, junto à sua actividade autónoma, a acção compartilhada em grupo. De qualquer forma, o professor deve ter consciência de que uma determinada estrutura da sala, favorece determinadas actividades. (p.262) .Normalmente os inventários são compostos por duas colunas diferentes: uma com a listagem dos materiais que existem nas áreas e outra com o que podemos fazer. estas listagens não são os educadores que as fazem, pois isso não constituiria nenhuma vantagem para as crianças, mas são realizados pelas mesmas, razão pela qual os inventários são um documento aberto.
(...).Cuidadosamente e organizadamente disposto, acrescenta uma dimensão significativa à experiência educativa (...) facilitando as actividades de aprendizagem, promovendo a própria orientação, apoiando e fortalecendo, o desejo de aprender. (Zabalza,p. 237). Poderão perguntar, porque é que dedicamos tanto tempo à organização do cenário pedagógico? Porque este cuidado com que o fazemos permite às crianças irem construindo uma comunidade de aprendizagem pela participação, isto é aproximando-se sucessivamente para a sua total gestão. Este caminho faz-se se os passos forem dados com cuidado, tempo diálogo, apropriação, comunicação .
(…) a pedagogia da participação centra-se nos atores que constroem o conhecimento para que participem progressivamente, através do processo educativo, (…) a participação implica a escuta, o diálogo e a negociação, o que representa um importante elemento de complexidade deste modo pedagógico. ( Formosinho,p.21)
É o que estamos a fazer neste momento, descobrindo o que podemos fazer na área da escrita, no laboratório da matemática....


