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100 Histórias para Partilhar

Este blog pretende ser um espaço de partilha da prática pedagógica de uma educadora de infância. Todos os textos ,fotos e videos estão sujeitos ao RGPD.

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Dom | 13.11.22

Construção do mapa de tarefas

Na nossa sala temos várias tarefas que nos ajudam a gerir o nosso cenário de trabalho. No inicio do ano ainda não temos este instrumento pois ainda não sabemos o que vai ser necessário, apenas combinamos a tarefa de alimentar os animais ( tartarugas e peixes) porque esses é necessário cuidar logo desde o primeiro dia. 

À medida que vamos começando a trabalhar começamos a ver que é necessário mais almas tarefas: quem vai distribuir os leites? quem vai recolher os pacotes... quem vai lavar os pincéis e as mesas... 

Todas estas tarefas vão surgindo naturalmente e têm como objetivo envolver as crianças na gestão do seu espaço de trabalho.

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A partir do momento em que temos todas as atarefas necessárias para que todos possam ter uma tarefa e poder assim participar de forma plena na gestão do espaço, fazemos as ilustrações e construímos o nosso mapa . Com as ilustrações feitas pelas crianças podem ser elas próprias a  ir consultar as suas tarefas da semana e poder realizá-las de forma autónoma e responsável.

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Construído o mapa passamos então à escolha e posterior avaliação da realização das mesmas. Esta avaliação é registada pelos presidentes e tem como finalidade compreendermos a razão pela qual não foi cumprida ( não havia pincéis para lavar? foi esquecimento? e quais as consequenciais desse esquecimento, uma vez que há tarefas que implicam outros ( os animais , por exemplo))

Todas estas consequenciais e respetivas reparações são faladas e discutidas para que todos compreendam a importância deste envolvimento... Somos todos dependentes do trabalho de todos... assim construímos um valor incalculável  , a COOPERAÇÂO

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Porque é tão importante que sejam as crianças a tomar decisões sobre a organização do cenário pedagógico da sua sala de trabalho?

De uma forma geral considera-se que as crianças são seres passivos e pouco ativos nas suas aprendizagens e é este conceito que pretendemos contrariar.

"habituámo-nos durante muito tempo a pensar nas crianças como seres passivos, destinatários da acção dos adultos, sem vontade, sem opinião, sem voz. A partir de uma determinada altura, o reconhecimento de que as crianças são actores sociais, ou seja, sujeitos com capacidade de acção e interpretação do que fazem, levou ao reconhecimento da necessidade, e mais que a necessidade, do direito, da criança em participar na vida colectiva" ( Sarmento 2004, s/p).

Neste sentido consideramos que as crianças são agentes ativos, que são capazes de tomar decisões sobre os seus interesses e que essa capacitação assenta na alteração da forma como organizamos o trabalho na sala de aula.

"A construção de um trabalho escolar participativo e não alienado - exprime-se num constante investimento da participação dos alunos na planificação, execução e avaliação das diferentes acções. As atividades realizadas dentro da sala de aula utilizam como instrumentos essenciais a planificação anual, semanal e diária das actividades, discutida e negociada com os alunos, e a assembleia de turma como espaço de afirmação da vontade coletiva e esclarecimento e gestão de conflitos. (Sarmento et al., 2007, p.199).

Esta organização tem que assentar na real capacidade das crianças darem opiniões e dessas opiniões serem levadas a serio. Aqui na sala é o que tentamos fazer todos os dias ao planearmos com as crianças o trabalho que fazemos, ao elaborarmos com as crianças os instrumentos que utilizamos. Neste sentido o mapa de tarefas também surge de forma natural, primeiro aparecem algumas tarefas que são prementes e evidentes , como por exemplo a escrita da data ou a alimentação dos animais e depois , à medida que vamos conhecendo o trabalho que vamos fazendo, vamos também sabendo quais as tarefas que nos podem ajudar a gerir melhor a nossa sala. 

Manuela Guedes

 

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