Cenário pedagógico IV- a construção da agenda semanal
Na nossa sala temos vários papeis ( a que chamamos instrumentos) que servem para gerir o que fazemos. Alguns já estão construídos ( como o mapa das presenças) em que apenas escrevemos o nosso nome e outros que temos que construir. é o que acontece com a agenda semanal.
Assunção Folque (2012) diz-nos que que os instrumentos de regulação apoiam a “responsabilidade pela aprendizagem e a vida do grupo, partilhada pelo educador e as crianças” (p. 55).
A agenda semanal, que é o instrumentos que nos diz o que fazemos durante a semana, é construída pelas crianças. À medida que vamos experimentando, descobrindo que podemos fazer na escola, vamos escolhendo um dia para, todos juntos podermos trabalhar as questões que vão sendo partilhadas por alguns. É uma forma de alargar o currículo e colocá-lo nas mãos de quem necessita de fazer a sua gestão e de apropriar dele. que são as crianças.
“A capacidade de pensar sobre o pensamento, de refletir conscientemente sobre si mesmo como pessoa que pensa e aprende, de monitorizar e corrigir a própria actividade de elaboração mental, é exigida, e praticada efetivamente, no contexto concreto em que se desenvolve a aprendizagem colaborativa na turma.” Mason (2003).
A agenda surge no contexto de instituir na sala uma rotina de trabalho, passando a ser um instrumento que permite às crianças serem co-construtores da sua rotina semanal podendo antecipar o que vão fazer.
A este propósito Zabalza ()1992) refere: "as rotinas são, como os capítulos, o guião da vida diária de uma turma que, dia após dia, se vai nutrindo de conteúdos e acções. As crianças sabem o nome de cada fase, sabem o que virá depois, sabem qual é o procedimento para realizar determinadas actividades, etc., e, pouco a pouco, vão-se assenhoreando da sua vida escolar, vão-se sentindo competentes e, ao mesmo tempo, vão comprovando vivencialmente como cada vez lhe saem melhor as coisas e sabem melhor o que há para fazer e de que forma resultam, e são divertidas, as tarefas" (p. 174).
[é] através de um sistema de organização cooperada que as decisões sobre as actividades, os meios, os tempos, as responsabilidades e a sua regulação se partilham em negociação progressiva e directa e que o treino democrático se processa de maneira explícita no Conselho.( Niza, S. p. 142), significa que a construção da agenda ou de qualquer instrumento é da responsabilidade de todos, pois advêm de decisões tomadas no coletivo.