Este blog pretende ser um espaço de partilha da prática pedagógica de uma educadora de infância. Todos os textos ,fotos e videos estão sujeitos ao RGPD.
Este blog pretende ser um espaço de partilha da prática pedagógica de uma educadora de infância. Todos os textos ,fotos e videos estão sujeitos ao RGPD.
A educadora Cecília, responsável pelas bibliotecas pediu-nos para fazer-mos alguma coisa que a apoiasse na dinamização deste mês tão importante para todas as escolas: o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares. Nós fizemos uma tira onde a Manuela escreveu o título e depois nós decorámos.
No dia 18 fomos à biblioteca ouvir a história " Uma canção" contada pelas educadoras Cecília e Cristina e nesse dia descobrimos como tinha sido importante aquela trabalho que fizemos pois todas as escolas do nosso agrupamento tiveram a apresentação deste mês com a faixa que nós fizemos.
Depois de ouvirmos a história a Manuela perguntou-nos se tínhamos gostado e se a história , que fala da tranquilidade e paz que nos dá a nossa família e a nossa comunidade, nos tocou de alguma maneira...
Quem na nossa vida nos dá paz e tranquilidade... A nossa Mãe, pois está claro!
E fomos pintar a nossa mamã . Fizemos o contorno a preto e preenchemos com lápis pastel seco... Ainda não tínhamos experimentado este material...
E gostámos muito desta história e desta atividade.
A M. que já não está na nossa sala, perguntou quantas meninas tinha o nosso grupo. Na tarde dedicada à Matemática fomos fazer essa descoberta. Cada um fez o seu retrato e depois colou na tira correspondente.
Chegámos à conclusão que somos 7 meninas e 13 meninos.
A propósito da descoberta qe há meninos que têm letras iguais no seu nome, fomos ver se assim era...
A pares fomos assinalar as letras que eram iguais em ambos os nomes e ... como estamos no inicio desta caminhada... descobrimos algumas coisas interessamtes ... em seguida comunicámos essas descobertas e por fim colámos numa folha.
Por agora o objetivo é descobrir a coisa mais preciosa que nós temos: o nosso nome, porque ele representa identidade...
Tenho como um dos principais propósitos do meu trabalho capacitar as crianças de ferramentas para desenvolverem o seu trabalho de forma autónoma, por isso no inicio do ano vamos descobrindo o que podemos fazer em cada área da sala e o que temos para o realizar.
Nascem assim os inventários .É um trabalho moroso, que é para ser feito com calma e à medida que as crianças vão descobrindo o que temos na sala. Por vezes fazemos os inventários já depois de termos estado muitas vezes em cada área mas descobrimos que não avançamos no tipo de trabalhos que fazemos.
Zabalza (1998) diz-nos que:Seja qual for a organização da sala (...) será preciso que os espaços estejam dispostos em função das necessidades das crianças, tornando possível, junto à sua actividade autónoma, a acção compartilhada em grupo. De qualquer forma, o professor deve ter consciência de que uma determinada estrutura da sala, favorece determinadas actividades. (p.262) .Normalmente os inventários são compostos por duas colunas diferentes: uma com a listagem dos materiais que existem nas áreas e outra com o que podemos fazer. estas listagens não são os educadores que as fazem, pois isso não constituiria nenhuma vantagem para as crianças, mas são realizados pelas mesmas, razão pela qual os inventários são um documento aberto.
(...).Cuidadosamente e organizadamente disposto, acrescenta uma dimensão significativa à experiência educativa (...) facilitando as actividades de aprendizagem, promovendo a própria orientação, apoiando e fortalecendo, o desejo de aprender. (Zabalza,p. 237). Poderão perguntar, porque é que dedicamos tanto tempo à organização do cenário pedagógico? Porque este cuidado com que o fazemos permite às crianças irem construindo uma comunidade de aprendizagem pela participação, isto é aproximando-se sucessivamente para a sua total gestão. Este caminho faz-se se os passos forem dados com cuidado, tempo diálogo, apropriação, comunicação .
(…) a pedagogia da participação centra-se nos atores que constroem o conhecimento para que participem progressivamente, através do processo educativo, (…) a participação implica a escuta, o diálogo e a negociação, o que representa um importante elemento de complexidade deste modo pedagógico. ( Formosinho,p.21)
É o que estamos a fazer neste momento, descobrindo o que podemos fazer na área da escrita, no laboratório da matemática....
A pares experimentamos o material que utilizámos, fazemos descobertas e depois comunicamos aos colegas o que descobrimos, como fizemos essa representação...
Não queremos que as crianças aprendam os números, ou fazer contas ou que façam exercícios repetitivos sem sentido.
Descobrir e comunicar são as palavras chave....
O objetivo é iniciar as crianças na literacia matemática, isto é, para que serve, o que podemos aprender, como podemos fazê-los com os nossos pares, cooperando...
Este caminho que traçamos permite-nos construir um caminho diferente todos os anos, pois cada grupo faz a sua caminhada com diferentes níveis de implicação e de cooperação. O objetivo é sempre o mesmo : implicar o grupo na construção do caminho da sua aprendizagem.
A Manuela levou pinhões para a nossa sala e ficámos a saber que o pinhão é a semente do pinheiro e o fruto chama-se pinha. O C.propôs nós semearmos os pinhões e foi o que estivemos a fazer no dia das Experiências
Vamos agora esperar que eles germinem e nasçam pinheirinhos
Quisemos saber quando fazíamos anos e descobrimos que havia muitos meninos a fazer anos em outubro. Fomos então fazer esse registo e criar o nosso calendário de aniversários.
Precisamos de ver, na escola, pequenos oásis que (re)confortam. Gestos que nos animam. Oportunidades que nos encantam e alentam. Poderes que nos gratificam. Precisamos de tempos de encontros e de celebração. Precisamos de nos felicitar uns aos outros. Porque estes motivos também existem. E são eles que nos podem animar e ampliar uma disposição gerada por estes mil espelhos de alegria. (Alves, 2011)
Sabe-se que para que a aprendizagem aconteça é fundamental que a sala de aula esteja organizada ( espaço e tempo) para que as crianças se apropriem da mesma , isto é saibam o que podem fazer, onde encontrar o que precisam para realizar os seus projetos, saibam como gerir o tempo, isto é consigam prever o que vai acontecer.Trata-se da organização do espaço em áreas de trabalho de forma a facilitar o livre acesso dos alunos aos materiais e da gestão do tempo, de maneira a permitir a realização diária de trabalho autónomo, decorrente dos seus interesses e necessidades em termos de aprendizagem. Consideramos que as crianças são agentes ativos, que são capazes de tomar decisões sobre os seus interesses e que essa capacitação assenta na alteração da forma como organizamos o trabalho na sala de aula.
"A construção de um trabalho escolar participativo e não alienado - exprime-se num constante investimento da participação dos alunos na planificação, execução e avaliação das diferentes acções. As atividades realizadas dentro da sala de aula utilizam como instrumentos essenciais a planificação anual, semanal e diária das actividades, discutida e negociada com os alunos, e a assembleia de turma como espaço de afirmação da vontade coletiva e esclarecimento e gestão de conflitos. (Sarmento et al., 2007, p.199).
Esta organização tem que assentar na real capacidade das crianças darem opiniões e dessas opiniões serem levadas a serio. Aqui na sala é o que tentamos fazer todos os dias ao planearmos com as crianças o trabalho que fazemos, ao elaborarmos com as crianças os instrumentos que utilizamos.
Neste sentido, depois de identificadas as áreas de trabalho há que começar a construir os instrumentos que nos sirvam de apoio a essa organização e que permitam às crianças iniciarem o seu processo de aprendizagem em autonomia. Iniciámos assim a construção da nossa agenda semanal, com alguns dos momentos já experienciados .
Como construimos a agenda semanal?
A medida que vamos colocando questões que interessam a todos, vamos decidindo qual o dia da semana que a vamos trabalhar. As questões surgem no momento da manhã, ou durante o tempo das comunicações e muitas vezes são a consequência da clarificação do discurso por parte da educadora, que tem aqui um papel fundamental e ajudar na expansão do discurso das crianças, isto é ajudar as crianças a explicarem melhor o que querem dizer.
Combinados os dias,alguém se oferece para ilustrar a agenda e faz-se o desenho e coloca-se no dia correspondente.
Podemos afirmar que o papel da rotina no Jardim-de-Infância é fundamental pois promove a autonomia, a segurança e o sentido de pertença da criança, apoiando-a, ainda, na gestão do seu tempo e da sua aprendizagem. Segundo Vasconcelos (1998), o facto de negociarmos a organização do tempo com o grupo de criança, faz com que elas se sintam seguras e parte integrante de toda a estrutura educativa. Niza (1998) refere, também, que“a estabilização de uma estrutura organizativa, uma rotina educativa, proporciona a segurança indispensável para o investimento cognitivo.”(p.154). Falamos então, da construção da agenda semanal com as crianças, negociada, desenhada e apropriada por elas... em coletivo, pois é no coletivo que com o contributo de todos, nos vamos organizando. Acredito que é com o apoio de todos que todos podemos crescer, pois todos temos um contributo a dar ao coletivo... E segurança é isso mesmo sentirmos que, ao olharmos para o nosso lado alguém em quem confiamos nos pode ajudar...
E estamos neste momento a fazer esse trabalho, com calma tranquilamente para que todos sejamos capazes de saber o que nela está escrito, em que dia temos a culinária ou a ginástica... Assim construímos a nossa autonomia através da participação direta na construção dos instrumentos que vão gerir o nosso dia à dia.
A Manuela trouxe-nos quatro caracóis e depois de os vermos a andar na mesa decidimos que teríamos que lhes fazer um local para eles ficarem e nós os podermos observar. Fomos fazer um caracolário... Fomos apanhar terra com folhinhas que colocámos numa caixa com pedras no fundo. Depois colocámos os caracóis e alface. Por fim borrifámos, porque os caracóis gostam de estar molhadinhos.
Esta pergunta surgiu porque na culinária, havia meninos que achavam que sim , que o óleo se misturava com a água...
Fomos verificar. A pares, colocámos um pouco de água num como e um pouco de óleo e fomos ver o que acontecia...
Verificámos que afinal o óleo não se mistura com a água, fica em cima porque é menos denso do que a água. Quando uma substância não se mistura com a água chama-se "ser insolúvel", uma palavra difícil. Depois fomos fazer o registo.