Este blog pretende ser um espaço de partilha da prática pedagógica de uma educadora de infância. Todos os textos ,fotos e videos estão sujeitos ao RGPD.
Este blog pretende ser um espaço de partilha da prática pedagógica de uma educadora de infância. Todos os textos ,fotos e videos estão sujeitos ao RGPD.
Assumimos que iríamos partilhar com os pais e restante comunidade o trabalho que realizassemos no âmbito da nossa visita de estudo. Sabemos que as obras de Arte expostas neste museu seriam de difícil interpretação por parte de crianças tão pequenas e o nosso objetivo foi, desde o inicio promover junto delas o contacto com realidades e olhares diferentes daqueles a que estavam habituadas.
Pretendemos promover experiências diversificadas de acesso à Cultura e é com um enorme orgulho que registamos aqui o seu trabalho.
Cerâmica ( pintura de objetos de cerâmica com tinta do séc. XVIII e posterior cozedura a alto fogo)
Pintura de telas sobre as obras escolhidas ( esguiços feitos no Museu de Arte Antiga)
É no acesso à Cultura que se constroi a Cidadania ( isto é o que eu penso), porque a Cultura humaniza, promove a construção de sentido crítico através da democratização do acesso a obras que outrora estariam reservadas às elites.
Finalmente o grande dia chegou e foi um dia bastante preenchido. Começámos por apresentar o teatro de marionetas do Capuchinho Vermelho.
Depois ouvimos a comunicação de um projeto sobre os vulcões e tivemos oportunidade de aprender sobre como são os vulcões.
Almoçámos em conjunto .
Trocámos presentes.
Brincámos em conjunto e o dia chegou ao fim.
Porque é tão significativo este trabalho de correspondência, de troca de produtos culturais ?
Porque ajuda as crianças a compreenderem que existem outros que numa comunidade distante também têm os mesmos interesses, que trabalham de modo idêntico.
Amplia a herança cultural emancipando crianças e jovens na sua partilha e reconstrução ;
Clarifica as funções da aprendizagem escolar ampliando e dando-lhes significação;
Permite dar coerência entre o trabalho humano ( cientifico, criativo ou manual) e o trabalho da escola;
Assume o carácter narrativo, da aprendizagem;
Objetiva a coesão comunitária;
Confere dimensão ética à aprendizagem;
Promove a responsabilidade do sentido de pertença.
Assumimos que se aprende mais e melhor se, na organização do nosso trabalho, dedicarmos um tempo a esta troca e partilha de produtos culturais, pois o trabalho de aprendizagem necessita sempre de espaços de cooperação e comunicação.
Como sabem , durante o ano letivo nós escreve-mo-nos com um grupo de amigos de uma outra escola. Durante o ano fomos trocando trabalhos, registos de culinária. Propostas de trabalho.... E finalmente os amigos vieram à nossa escola conhecer-nos. Preparámos essa visita combinando o que iríamos apresentar, quem iria ser responsável por ajudar, explicar, mostrar a nossa sala.
Em Conselho decidimos que iríamos apresentar um teatro de marionetas " O Capuchinho Vermelho" ( proposta do C.) Numa tarde dedicada à escrita coletivamente fizemos o texto do livro. E durante a semana os responsáveis por este projeto fizeram as marionetas e um outro grupo fez as ilustrações para o livro. Como gostamos muito do livro que temos na sala "Capuchinho", fizemos as ilustrações inspirados nesse livro.
Depois da maravilhosa visista em Conselho decidimos como iríamos fazer o registo to que tinhamos visto e aprendido. Decidimos fazer uma pintura com os vários animais ( os que mais gostámos) e depois iríamos registar como era cada um ( as suas características e família).
Depois de descobrirmos que a água do nosso lago se evapora...mas para onde é que ela vai?Primeiro fomos registar o que pensávamos sobre o assunto
Fomos investigar. A pares colocámos água num saco de plástico e fizemos uma linha para marcar o nível da água.
Fizemos o registo
Passado uns dias fomos verificar se a agua se tinha evaporado e onde é que ela estava e vimos que sim que o nível da água estava mais baixo e que o saco estava cheio de gotinhas de água.
Descobrimos que a água que se evapora vai para o ar ( atmosfera) e que depois se for o caso de grandes quantidades as gotinhas juntam-se e formam as nuvens e por vezes chove.
Quando fomos ao Museu de Arte Antiga levámos uma prancheta com folhas de papel e estivemos a desenhar algumas obras que vimos. Combinámos que iríamos pintar telas com as obras que vimos. A Manuela disse-nos que naquela altura não havia as mesmas tintas que existem agora, que as tintas eram feitas com "pigmentos" gema de ovo e vinagre e depois juntava-se a água. Fizemos assim as tintas e também vimos que cores eram utilizadas na altura.
Na sala começámos a pintar as nossa telas.
fundo fizemos com lápis pastel seco e depois a Manuela ou a Lina põe laca para fixar as cores.
Vamos fazer uma exposição e estão todos convidados para a visitarem.
Daremos notícias em breve.
Queridos leitores, este mergulho no mundo da pintura e da Arte não tem como objetivo que as crianças pintem como os "Mestres" do Barroco ou sequer que imitem as obras que viram, serve somente para que, por um lado as crianças dêem a sua visão do que vêem, por outro tenham acesso ao modo de fazer, isto é ao processo de criação artística e ainda que o seu trabalho seja reconhecido pelos seus pares bem como pelas suas famílias.
Não queremos de modo algum formar artistas de tão tenra idade apenas que as crianças tenham acesso ao que de mais nobre o ser humano constrói, a Cultura. Ao permitimos que as as crianças tenham acesso à Cultura, estamos de algum modo a contribuir para a sua promoção e emancipação enquanto indivíduos, que tenham sentido crítico, pois toda a Arte é um manifesto crítico e inovador para quem observa e lê essas obras. Olhar o mundo com outros olhos é o que eu, enquanto educadora tento promover ao realizar este trabalho com as crianças que vou tendo o privilégio de conhecer.
Esta semana, no tempo dedicado à interlocução coletiva em Matemática ( conversas e diálogos à volta de um assunto) estivemos a descobrir a funcionalidade dos números? Para que servem? Em que situações do dia-à-dia são usados?
Estas conversas à volta da mesa servem para colocar as crianças perante questões que elas fazem e que coletivamente vão amadurecendo ideias e com as opiniões e contributos uns dos outros vão , de uma forma refletida,construindo o seu próprio conhecimento. Fazemos isto muitas vezes e em todas as áreas do conhecimento, pois é com os diálogos participados que vamos fazendo este caminho de descoberta.
Assim desta vez foi esta questão dos números. Discutimos, apurámos ideias e ilustrámos o que fomos dizendo tendo construído mais um livro para a nossa sala.
O Y propôs fazermos uma experiência para descobrimos o que acontecia quando fazemos misturas de água com sal e com açúcar.Primeiro dissemos um pouco o que pensámos que ia acontecer. E depois fizemos a experiência. Num copinho misturámos sal e agua ou açúcar e água conforme a nossa escolha
Verificamos que ambos se misturam na água e que esta fica salgada ou doce consoante misturamos sal ou açúcar. Mas para verificarmos que também existem substancias que não são solúveis... misturámos farinha à água....
O que aconteceu? Não se misturou. Deixámos a repousar e vimos que a farinha fica no fundo do copo enquanto que o sal e o açúcar ficam misturámos com a água