Este blog pretende ser um espaço de partilha da prática pedagógica de uma educadora de infância. Todos os textos ,fotos e videos estão sujeitos ao RGPD.
Este blog pretende ser um espaço de partilha da prática pedagógica de uma educadora de infância. Todos os textos ,fotos e videos estão sujeitos ao RGPD.
Quando fizemos os nossos retratos em aguarela,para enviarmos para os nossos corresponentes, fizemos também mais aguarelas e quisemos fazer uma eexposição. A Manuela mostrou-nos obras de Monet e de outros pintores que trabalharam com aguarelas e depos de observarvos muito bem o que vimos, fomos melhorar as nossas aguarelas e dar-lhes um titulo e também colocá-las de acordo com o que vimos. Descobrimos que havia aguarelas de oaisagem , de retratos, figurativas e abstratas.
Na sexta-feira estivemos a combinar o que iriamos fazer para enfeitar a nossa escola. Combinamos que escreveríamos uma carta ao Pai Natal e que fariamos uma arvore de Natal, para além dos presentes parar as nossas famílias.
Na segunda-feira, dia em que trabalhamos as questões da escrita, escrevemos a carta ao Pai Natal.
A Manuela disse-nos que encontrou uma barras em esferovite e que iria ver se conseguia fazer uma árvore de Natal. depois de montada a estrutura pintámos e colocámos os enfeites. A sala 1 pediu às familias para trazerem enfeites.
Árvore feita e enfeitada...
Iniciamos a realização das prendas para as familias.
AI. trouxe-nos um livro com várias formas geométricas e estivemos a discutir o seu nome. Como havia meninos que não conheciam algumas destas figuras decidimos , no dia da matemática, descobrir o nome de algumas dessas figuras.
Depois com papel pintamos essas formas
Com o geoplano estivemos a fazer essas descobertas.
Quando fomos ao palácio de Queluz aprendemos que no tempo da princesa Maria Francisca não havia canetas e escrevia-se com uma pena. O " professor" da princesa ensinou-nos como tinhamos que fazer.
Já na sala combinámos tentar escrever o nosso nome usando uma pena.
Esta semana fomos aos correios levar a nossa carta para os nossos correspondentes.
Porque fazemos correspondencia com outras crianças que não conhecemos? Pois para além das questões que se prendem com a escrita e a sa funcionalidade, isto é para que serve escrever também acredito que é na partilha do trabalho que realizamos e na difusão desse trabalho que crescemos e aprendemos mais e que se constrói o sentido da escola. De acordo com Niza ( 1989) :
"É necessário para tal que se montem circuitos estáveis de produção e de distribuição ou divulgação desses produtos, como os circuitos de produção e distribuição dos escritos, ou da divulgação dos estudos e projetos. (…) As práticas escolares dão sentido social imediato às aprendizagens dos alunos, através da partilha de saberes e das formas de interação com a comunidade. (…) Tal atuação dá concretização funcional aos saberes escolares, revitaliza e acrescenta sentido social ao labor dos alunos"
Foi neste contexto que disse aos meninos, no momento do mostrar , contar e escrever, que conhecia uma educadora, que também tinha um grupo de meninos e que ambas gostariamos de nos corresponder. O que pensavam eles deste assunto? Consideraram o desafio interessante ( e depois nós vamos conhecê-los? - foi a questão mais colocada) . O L lembrava-se queO L sugeriu-me que eu escrevesse no Diário e na sexta feira, dia de reunião discutimos a minha proposta, tendo ficado logo decidido o que iríamos enviar.
Deitámos mão à obra e enviámos muitas coisas ( o que fazemos na sala, quantos somos e como somos) ...
Qual o sentido desta atividade em meninos tão pequenos que ainda não têm a noção de como a comunicação se realiza....? É exatamente para que elas compreendam o sentido da escola e do que fazemos. Compreender que podemos partilhar o que fazemos, que existem outros como nós que também fazem as mesmas coisas mas de maneiras diferentes, com outras abordagens permite que olhemos para o que fazemos de uma forma mais critica com mais consciência permitindo assim melhorar a nossa forma de estar e de fazer. Aumenta de uma forma natural e com sentido o nosso conhecimento.
Quando escrevemos uma carta temos que saber como iniciámos a carta , que temos que escrever o local de onde enviamos e a data. Temos igualmente que compreender que para escrever o texto tem que ter sentido, para que os outros o compreendam, e tudo isto permite que as crianças se possam apropriar da funcionalidade da escrita.
Depois do trabalho realizado há que ir ao correio por a nossa carta.
Vamos aguardar a resposta e quando isso acontecer... teremos pela frente uma nova etapa deste processo dialógicoo. responder às questões que nos forem colocadas, aos desafios lançados e saberemos assim , de forma efetiva o sentido da comunicação com o outro atraves da escrita.
“… assumimos, desde há muito, as atividades escolares como trabalho de conhecimento e de produção cultural onde, em cooperação, se constroem as aprendizagens curriculares e de cidadania, criando condutas de projeto que façam avançar novas obras, assentes em contratos dialogados entre os que partilham o trabalho de apropriação e de criação cultural.” Sérgio Niza.
Fica assim claro, para mim enquanto educadora, que neste caminho da minha profissão tenho que ter como compromisso de levar o meu grupo de crianças a criar situações, momentos e atividades que lhes permitam compreender como se constrói a aprendizagem, que os levem a acreditar na escola como um lugar de construção de cultura.